Bom dia!!!
Para os fãs da novela Avenida Brasil, sugiro uma boa leitura para este domingo...
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*Fonte: Estadão
A vingança da empregadinha
Na contramão do ufanismo consumista de um país que chegou ao futuro, Avenida Brasil se aventura no comentário politicamente incorreto dos temores que a ascensão social engendra
Esther Hamburger - PHD EM ANTROPOLOGIA NA UNIVERSIDADE DE CHICAGO E PROFESSORA DE HISTÓRIA E CRÍTICA DE TELEVISÃO, CINEMA NA ECA-USP; É DIRETORA DO CINUSP PAULO EMÍLIO; AUTORA DE O BRASIL ANTENADO: A SOCIEDADE DA NOVELA (ZAHAR) - O Estado de S.Paulo
"Eu vou te explicar algumas coisas sobre esse quarto que você mal conhece apesar de fazer parte da sua casa. Trata-se de cômodo simples pouco iluminado e pouco arejado. Mas uma patroa do seu tipo deve achar que uma empregada não precisa mais do que isso para sobreviver. Temos TV, que às vezes pega, às vezes não (...) Vem ver o banheiro. O chuveiro é elétrico, mas não temos água quente (...) Porque apesar das promessas a resistência nunca foi trocada. O ralo entope formando uma poça de água que inunda o banheiro inteiro. Cuidado para não escorregar (...) E o cheirinho? Ruim não é? (...) Com o tempo você se acostuma (...) A cama é uma porcaria (...) o estrado quebrado. Não se mexe muito, porque senão você acorda no chão. Alguma dúvida?"
Reprodução TV
Prato frio: Nina tripudia de Carminha. Até quando?
Essa fala-manifesto precede a rendição da vilã e marca a inversão de papéis entre as antagonistas de Avenida Brasil, novela das 21 horas atualmente no ar na Rede Globo. No plano visual, o discurso é ilustrado por um tour perverso, em que Nina-Rita (Débora Falabella), ainda em seu uniforme, apresenta à patroa, a já antológica vilã Carminha (Adriana Esteves), as dependências de empregada de sua mansão no Divino, subúrbio fictício da cidade do Rio de Janeiro. A contundência da vingança é tal que Carminha, ainda que temporariamente, se submete à inversão de papéis: "Eu estou rendida. Nas suas mãos. Vou obedecer a todas as suas loucuras."
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